10 conselhos para uma Introdução Alimentar tranquila:
1. Não crie expectativas:
O início da introdução alimentar (IA) pode não ser aquilo que você imaginou. O bebê pode não querer comer e recusar vários alimentos. É normal, super comum e não precisa de preocupação. Gosto de dizer que não é a criança que precisa comer mais, mas nós que precisamos esperar menos delas. Ainda mais no início, que vai até os 2 anos.
2. Aceite um pouco de bagunça:
Tudo bem que você já tem mil coisas para fazer dentro de casa, e a última coisa que precisa agora é mais um trabalho com a limpeza do início da IA, mas essa experiência com a textura do alimento, a consistência e temperatura, faz toda a diferença para uma alimentação tranquila e mais natural.
3. Mantenha a oferta de leite materno em livre demanda:
Saiba que até os 12 meses o leite (materno ou fórmula) continua sendo a principal fonte de energia do bebê e até os 24 meses permanece sendo uma fonte importante de nutrientes e calorias, não devendo ser estimulado o desmame para o bebê aumentar o apetite. O leite materno pode ser oferecido antes, durante e depois das refeições, pois não interfere na absorção dos nutrientes e não altera o apetite da criança.
4. Não espere seu bebê ter muita fome para oferecer a comida:
Essa é uma dica clássica que ouvimos “pule uma mamada pra na hora da refeição ele ter fome”. É furada! Bebês (principalmente no primeiro ano) não entendem que o prato de comida vai matar sua fome. Se você quiser colocá-lo no cadeirão morrendo de fome, provavelmente o resultado será pior: ele irá chorar para sair e ganhar aquilo que ele sabe que o alimenta, pois foi seu único alimento até agora: o leite. Por isso digo que não há problema em amamentar antes – e durante, se necessário – pois o bebê estará mais seguro que sua necessidade (fome) foi e será atendida, e poderá brincar de conhecer aqueles alimentos, sabores e cheiros com mais prazer.
5. Espere um momento em que a criança não esteja com sono:
Outro momento que não é ideal para as refeições é quando o bebê está com sono. Principalmente nos primeiros meses, quando a rotina de alimentação não está bem estabelecida, é melhor esperar, fazer o bebê dormir e oferecer o alimento quando ele estiver disposto. Com sono, em geral, a criança fica irritada e nada disposta a participar do processo.
6. Garanta um ambiente tranquilo e livre de distrações:
Para a criança ser a parte ativa do processo da alimentação, é preciso que ela esteja em um ambiente livre de distrações. Desligue televisões e rádios e evite fazer brincadeiras durante a refeição.
7. Confie no apetite do bebê:
Terão vezes em que seu filho irá comer mais e outras menos, tudo bem com isso! Acredite que ele sabe quando tem fome e respeite o que e quanto ele quer comer. Pense que ele mamou em livre demanda até agora, sabendo pedir o mama quando sentia fome, certo? Então, ele continua sabendo quando tem fome, não desaprendeu! Confie no seu apetite e respeite. Assim criamos crianças que conhecem seu corpo e sabem reconhecer os sinais de fome e saciedade. Por isso, nunca diga: só mais uma colherada, ou “olha o aviãozinho”.
8. Não faça da comida uma moeda de troca:
Nunca use a comida como castigo ou recompensa.
Frases como: coma tudo para poder brincar; só ganha a sobremesa se comer toda salada; se não raspar o prato, não pode ver TV… Interferem no mecanismo de saciedade da criança. Ela para de comer para satisfazer o corpo, e passa a comer para satisfazer o adulto!
9. Conheça os períodos em que o apetite pode mudar:
Existem momentos que desregulam o apetite dos bebês, e quando a gente sabe disso, fica mais tranquilo esperar esse momento passar. Em geral, quando isso acontece, é normal o bebê preferir o peito. Ofereça o peito quantas vezes ele solicitar e não se preocupe com isso!
10. Saiba os alimentos que devem esperar para serem introduzidos:
Quanto mais variedade na IA, melhor! Porém, alguns alimentos precisam esperar para serem apresentados ao bebê. Até o primeiro ano, é melhor evitar o uso de sal e sucos, e não oferecer leite de vaca e derivados. E alimentos doces, como balas, chocolates e açúcar devem esperar pelo menos os dois primeiros anos, pois viciam o paladar e aumentam o risco de obesidade e diabetes.
Desejo a todos uma IA muito tranquila e prazerosa,
Com amor,
Nutricionista Franciele Loss.
Olá.. estou conhecendo seu trabalho e admirada pelo seu detalhamento.
Meu nene está com 7 meses e rejeita todo alimento, estamos empenhados, mas não está fácil, porém pelo que estou lendo está dentro de uma certa normalidade, vamos continuar tentando.
Abraços grata pelo material que nos disponibiliza